Foto Ilustrativa
Estudo mostra que 8,9 milhões de brasileiros vivem em áreas de risco
As inundações históricas nos municípios do Rio Grande do Sul reforçam a necessidade de planos de gestão hídrica para localidades, principalmente aquelas que sofrem com enchentes. “As mudanças climáticas trouxeram novos desafios para as cidades. Está comprovado que a grande maioria delas não tem condições de enfrentar as novas adversidades provocadas pelo clima, com períodos de muitas chuvas intercalados com fases de seca”, avalia Maurício Vizeu de Castro, diretor de Meio Ambiente da Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente (Apecs) e engenheiro pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI).
“Teremos que investir para reduzir os impactos das chuvas e das secas”, afirma Vizeu. Segundo ele, será preciso avançar com o planejamento hidrológico e adotar as medidas adequadas para diminuir os impactos das inundações como o mapeamento dos locais onde ocorrem, identificação das áreas de riscos e sistemas de alerta e prevenção.
“As chuvas são resultado das mudanças climáticas, mas as inundações das cidades mostram o avanço da ocupação irregular de áreas que não deveriam estar povoadas”, lembra o engenheiro.
Para ele, a falta de planejamento aliada ao uso irregular do solo são fatores que vêm provocando ambientes propícios para catástrofes.
Um estudo do governo federal mostra que aproximadamente 8,9 milhões de brasileiros habitam áreas de risco. O documento demonstra que entre 1991 e 2022 foram registradas 23.611 ocorrências de desastres naturais em todo o país, com 3.890 vítimas fatais e 8.226.314 pessoas desalojadas ou desabrigadas.
A maioria dos municípios brasileiros sequer dispõe de infraestrutura de drenagem e macrodrenagem para enfrentar as chuvas. Um diagnóstico sobre serviços de drenagem e manejo das águas pluviais urbanas do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) informa que os municípios brasileiros tinham 1,8 milhão de quilômetros de vias públicas urbanas, dos quais 1,1 milhão contavam com pavimentação ou meio-fio e 390,4 mil quilômetros tinham redes ou canais de águas pluviais subterrâneos em 2020.
O engenheiro explica que os sistemas de drenagem urbana e o manejo de águas pluviais são fundamentais para a boa manutenção das vias: “Eles são responsáveis pela coleta e direcionamento da água para o local adequado. Um bom sistema é capaz de reduzir os riscos de transbordamento, aumentando a segurança do local”.
Esses sistemas são conhecidos por dois modelos: micro drenagem e macrodrenagem. No primeiro, é realizada a coleta e direcionamento das águas subterrâneas ou superficiais locais por meio de galerias de pequena e média extensão. O outro modelo abrange galerias de grande porte e ainda inclui os rios canalizados e outros canais, bem como são responsáveis pela condução das águas captadas no sistema de micro drenagem.
“Os municípios estão em constante mudança e apenas um bom sistema de drenagem pode não ser suficiente para atender à demanda. É preciso um planejamento de todo o território como forma de garantir a ocupação adequada, mantendo áreas permeáveis de solo. Esse é um dos principais caminhos para o enfrentamento das mudanças climáticas”, analisa Vizeu.
Sobre a Apecs
A Apecs foi fundada em 1989 e congrega atualmente cerca de 30 das mais representativas empresas de serviços e consultoria em Saneamento Básico e Meio Ambiente com atuação dentro e fora do país.
Essas empresas reúnem parte significativa do patrimônio tecnológico nacional do setor de Saneamento Básico e Meio Ambiente, fundamental para o desenvolvimento social e econômico brasileiro, estando presente nos mais importantes empreendimentos do setor.
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