Acesso à água evolui pouco nos últimos anos e população indígena é a mais afetada pela ausência do recurso

Acesso à água evolui pouco nos últimos anos e população indígena é a mais afetada pela ausência do recurso

De acordo com dados do IBGE (2022), disponíveis no Painel Saneamento Brasil, quase metade da população indígena sofre com a falta de abastecimento de água.

O acesso à água potável é vital para uma vida digna e essencial para a saúde.  Ela é fundamental para a alimentação, o meio ambiente, a agricultura, as indústrias, o turismo e o clima, servindo como o principal pilar de todas essas atividades. Entretanto, mesmo sendo essencial para todas essas áreas de nossa vida, ainda 32 milhões de brasileiros vivem sem acesso à água potável no Brasil.

Nos últimos cinco anos, o indicador de atendimento de água pouco evoluiu, evidenciando a necessidade de priorizar a melhoria do saneamento básico no país. Segundo dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano-base 2022, entre 2018 e 2022, o acesso à água aumentou apenas 1,3 pontos percentuais, passando de 83,6% para 84,9%.

QUADRO 1: EVOLUÇÃO DOS INDICADORES DE ATENDIMENTO NO BRASIL, 2018–2022 (%)

Tabela 1 – Percentagem da população sem acesso à água, IBGE 2022

Além disso, de acordo com dados do IBGE (2022), disponíveis no Painel Saneamento Brasil, a população indígena é a mais afetada pela falta de água, com quase metade (48,9%) sem acesso ao recurso hídrico. Em seguida, as populações parda e preta também estão entre as mais prejudicadas pela ausência de água.

Fonte: IBGE (2022). Painel Saneamento Brasil

Até 2033, todas as localidades brasileiras deverão atender 99% da população com acesso à água potável e 90% com coleta e tratamento de esgoto – conforme estabelece o Novo Marco Legal do Saneamento Básico. Caso continue o ritmo lento de evolução apresentado nos últimos cinco anos, os serviços chegarão apenas em 88% de abastecimento de água e 65% de coleta e tratamento de esgotos, ainda distante de todas as metas. Ou seja, a universalização só seria alcançada em 2070.

Além do impacto direto na saúde, na economia e no meio ambiente, a falta de água tratada agrava as desigualdades sociais no Brasil. A ausência de saneamento afeta o acesso à educação, contribuindo para a evasão escolar, e prejudica a produtividade dos trabalhadores, que adoecem devido a doenças de veiculação hídrica, comprometendo a renda familiar. Esses fatores influenciam diretamente o bem-estar dos cidadãos.

Apesar de ser essencial para a vida, o saneamento ainda não é visto como um pilar fundamental para o desenvolvimento sustentável das cidades. Sem universalizar o acesso à água e ao esgotamento sanitário, será impossível construir um país mais justo e igualitário.

Fonte: Instituto Trata Brasil – 24/09/2024


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