Entre 2021 e 2022, houve um aumento de quase 10 mil internações registradas por doenças associadas à falta de saneamento básico na Região Sul, de acordo com dados do DATASUS presentes no Painel Saneamento Brasil
Fonte: Instituto Trata Brasil – 23 de abril de 2024
Foram registradas mais de 23 mil internações por doenças associadas à falta de saneamento básico na Região Sul em 2022, apresentando um aumento de quase 10 mil hospitalizações frente às 14 mil que ocorreram no ano de 2021 – como aponta informações do DATASUS presentes no Painel Saneamento Brasil.
Região do país que abriga mais de 29 milhões de habitantes, o Sul apresenta um cenário com desafios a serem superados no saneamento, principalmente nos serviços de coleta e tratamento de esgoto. Ainda na região, cerca de 15 milhões de habitantes vivem sem coleta adequada de esgoto, enquanto somente 48% do esgoto gerado é tratado – volume que representa o despejo de 897 piscinas olimpíadas de esgoto sem tratamento todos os dias na natureza.
Ainda de acordo com dados do DATASUS (2022), houve 350 óbitos devido a essas enfermidades – um aumento de 100 óbitos quando comparados com o ano anterior.
A exposição da população a condições precárias de saneamento gera implicações severas à saúde, propiciando a incidência de doenças de veiculação hídrica. O despejo irregular de esgoto e a ausência do tratamento adequado ocasionam enfermidades, como diarreia, febre amarela, dengue, leptospirose, malária e esquistossomose.
Para além de prejudicar o bem-estar dos habitantes, a falta de saneamento básico, ao aumentar a incidência de infecções, afeta as atividades cotidianas, impactando negativamente no desenvolvimento educacional das crianças que acabam faltando nas aulas por estarem doentes, como também provocando o afastamento dos trabalhadores de seus empregos.
Ademais, o aumento dessas doenças gera maiores esforços de despesas públicas e privadas com o tratamento das pessoas infectadas. Na Região Sul, foram gastos mais de 11 milhões com internações de enfermidades associadas à ausência de saneamento.
Para mudar esse cenário serão precisos investimentos massivos para ampliar os serviços de saneamento básico. Uma vez que o saneamento chegue de forma plena aos habitantes haverá uma redução do custo com horas pagas e não trabalhadas em razão de afastamento por doenças de veiculação hídrica e redução das despesas com internações, além de promover qualidade de vida e bem-estar da população.
Para mais informações de saneamento, acesse: https://www.painelsaneamento.org.br/.