Enquanto a água é desperdiçada nos sistemas de distribuição, mais de 32 milhões de habitantes ainda não têm acesso a esse recurso básico
Fonte: Site Institucional do Instituto Trata Brasil – 20/9/2024
Em meio a um cenário de mudanças climáticas, secas e estiagens, o acesso ao recurso hídrico é diretamente afetado. Somada à precariedade do saneamento básico presente no país, a situação torna-se ainda mais crítica. Atualmente, cerca de 32 milhões de brasileiros vivem sem abastecimento de água potável, enquanto 37,8% da água é perdida nos sistemas de distribuição.
As perdas podem acontecer por vários motivos, como vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados. Esses desperdícios trazem impactos negativos ao meio ambiente, à receita e aos custos de produção das empresas, encarecendo o sistema como um todo e prejudicando todos os usuários. No Brasil, a definição de nível aceitável de perdas de água é de 25% em perdas na distribuição, conforme definido pela Portaria 490/2021, do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR).
De acordo com o estudo “Perdas de Água 2024 (SNIS 2022)”, ao reduzir as perdas atuais de 37,78% para os 25% estabelecidos, seria possível economizar cerca de 1,3 bilhão de m³ de água. Esse volume é equivalente ao consumo médio de mais de 21 milhões de brasileiros em um ano, representando mais da metade da população sem acesso à água potável em 2022, além de superar toda a população do Chile, que é de 19 milhões de pessoas.
Quadro 1: BENEFÍCIOS SOCIAIS DA REDUÇÃO DE PERDAS POR ESTADO (2022)
O estudo do Trata Brasil ainda aponta que, estados como Bahia e São Paulo poderiam atender mais de 2 milhões de habitantes com a redução de perdas até a meta de 25%. Outros estados, como Amazonas, Maranhão, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul, também teriam um potencial significativo, podendo atender mais de 1 milhão de habitantes cada.
Diante das secas que o país enfrenta, reduzir as perdas significaria aumentar a disponibilidade de recursos hídricos no sistema de distribuição sem a necessidade de aumentar o volume de água captado e de explorar novos mananciais. Isso resultaria em menores custos e evitaria prejudicar o meio ambiente. Para alcançar a meta de 25% de perdas na distribuição até 2034, é necessário o fomento de políticas públicas, projetos e inovações, além de aumentar e acelerar o ritmo dos investimentos.
Implementar soluções eficazes é essencial para garantir que mais brasileiros tenham acesso à água potável. Com as eleições municipais se aproximando em outubro, é imprescindível escolher candidatos que tenham propostas focadas no saneamento e na melhoria da infraestrutura básica.
Fonte: Site Institucional do Instituto Trata Brasil – 20/9/2024