Indústria está preparada para a universalização do saneamento

Edson Silveira, diretor da ASFAMAS

Fonte: Redação do Boletim do Saneamento – 12 de janeiro de 2024

O avanço da universalização do saneamento trará benefícios para a saúde, bem como para a indústria e a economia. O alcance das metas estabelecidas para o Novo Marco Legal do Setor deve promover o crescimento do PIB brasileiro e aumentar as vagas de emprego até 2033.

Edson Silveira, Diretor de Relações Institucionais da Asfamas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento) reforça que a indústria do saneamento terá condições de atender à demanda da universalização. O setor para tubos de aço, por exemplo, tem potencial de expansão de 63%, contribuindo para os empreendimentos do saneamento.

Confira abaixo entrevista exclusiva para o Boletim do Saneamento:

  1. Na sua avaliação, o avanço do saneamento pode trazer impactos econômicos para os setores da economia brasileira, como a indústria?

Edson Silveira – Sem dúvidas. Estudo da KPMG para a Abcon Sindcon estimou em R$ 893,3 bilhões os investimentos para a universalização do saneamento, impactando a demanda em diversos setores da economia. Desses, cerca de 20% deverão ser destinados a tubulações.

  1. Na sua avalição, qual o impacto do novo marco legal do saneamento para as empresas até 2033?

Edson Silveira – Segundo estudo da Abcon Sindcon, o impacto total no PIB, em decorrência da universalização, deverá ser da ordem de R$ 1,4 trilhão, gerando 1,5 milhão de postos de trabalho. Para o setor de produtos metálicos, espera-se um acréscimo de R$ 55,8 bilhões na produção e um saldo de 170,8 mil postos de trabalho, acumulados entre 2022-2033. Para o setor de borracha e plástico, espera-se um acréscimo de R$ 29,9 bilhões na produção e um saldo de 86,9 mil postos de trabalho, acumulados entre 2022-2033.

  1. A indústria terá tem condições de atender às demandas do setor de saneamento para a universalização dos serviços até 2033?

Edson Silveira – Sim, a indústria do saneamento terá condições de atender à demanda da universalização. De fato, historicamente o setor já esteve em patamares de produção bem mais elevados que os atuais. Segundo o índice de produção física do IBGE, para tubos e acessórios de plástico, por exemplo, há margem de expansão de 28% sobre o nível de 2022 para voltarmos ao patamar em que já produzíamos em 2013. Para tubos de aço, esse potencial de expansão é de 63%.

A indústria brasileira sempre foi capaz de atender à demanda e continuará a ser, dando sua parcela de contribuição fundamental para a universalização do saneamento no Brasil.

  1. Você considera que o mercado dispõe de mão-de-obra suficiente para atender às demandas do Novo Marco ou será preciso fazer um esforço para a qualificação de trabalhadores neste setor?

Edson Silveira – Acreditamos que a qualificação da mão-de-obra é um processo contínuo, necessário tanto para a entrada de novos trabalhadores nos postos de trabalho criados, quanto para acompanhar a permanente evolução tecnológica do setor. Estes esforços serão fundamentais para a retomada dos mais altos patamares de produção da indústria.

  1. O avanço do Novo Marco Legal do Saneamento pode melhorar a competitividade da indústria?

Edson Silveira – O avanço do Novo Marco vai contribuir para a competitividade de toda a indústria, na medida em que o saneamento impacta no aumento da produtividade geral da economia. Na indústria, isso não será diferente, gerando aumento de renda do trabalho, redução de custos e maior produtividade e competitividade frente ao mercado externo.

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